Roteiro de 7 dias pela Chapada dos Veadeiros, Goiás

Conforme prometido no post anterior, aqui vai o roteiro completo da viagem pela Chapada dos Veadeiros. Foram 7 dias de viagem, no entanto, 5 dias dedicados aos passeios conhecendo a Chapada dos Veadeiros, já que o primeiro e último dias foram basicamente para deslocamentos. Além de um dia de perrengue, que você confere na descrição do roteiro.

A Chapada dos Veadeiros possui inúmeras belíssimas cachoeiras: na foto, a Almécegas I, localizada na Fazenda São Bento

Dia 1 – Chegada. Pôr do sol no bar do Mirante.

O primeiro dia foi praticamente todo dedicado à viagem de ida. Saí de Porto Alegre, fiz escala em São Paulo e, logo, desembarquei em Brasília. De Brasília, foram mais alguns quilômetros de carro até chegar na Vila de São Jorge, distrito de Alto Paraíso de Goiás.

Ao chegar na Vila de São Jorge já estava na hora do entardecer, então a opção foi assistir ao pôr do sol – nada mal para abrir os trabalhos, não é mesmo!? Um local que vale a pena curtir o final do dia é o bar do Mirante, lugar que oferece música ao vivo, opções de cervejas locais e uma vista de encher os olhos.

 

Dia 2 – Trilha do mirante da Janela e da Cachoeira do Abismo ao nascer do sol + Vale da Lua + Pôr do sol na Risoteria Santo Cerrado.

Dependendo do período do ano que você visitar a Chapada dos Veadeiros, encontrará as paisagens completamente diferentes. Em época de seca, a trilha do mirante da janela não possui cachoeiras para banho. A trilha é praticamente inteira sem sombra e, independente da época, é necessário o acompanhamento de um guia.

O indicado, em período de seca, é fazer a trilha no nascer ou no pôr do sol, quando a temperatura está mais amena. A trilha noturna é uma ótima opção, dando a oportunidade de experimentar sensações únicas, observar o céu estrelado que só a Chapada permite e contemplar um belo nascer do sol.

Parque do Mirante da Janela e da Cachoeira do Abismo: trilha noturna e nascer do sol 


Como a trilha iniciou na madrugada, no retorno, um belo café da manhã aguardava na pousada. E depois de descansar o restante da manhã, o próximo atrativo foi o Vale da Lua.

O Vale da Lua é um dos locais mais impressionantes na Chapada. As formações rochosas, formadas pelos impactos das águas, impressionam ao lembrar o aspecto lunar, por isso o nome do local. É uma galeria de artes esculpidas pela própria natureza. Após se encantar com as belezas que a natureza é capaz de realizar, é só escolher um dos poços d´água e relaxar.

Para fechar o dia, música ao vivo de muito bom gosto, drinks para refrescar e um belo pôr do sol na risoteria Santo Cerrado, garantiram um agradável fim de tarde.

As formações rochosas impressionam no Vale da Lua

Dia 3 – Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros: Trilha dos Saltos e corredeiras.

São quatro opções de trilhas possíveis para realizar no Parque Nacional, sendo que algumas delas não são indicadas em determinados períodos. A Trilha da Siriema é um exemplo, já que, no período de seca, os poços e cascatas desaparecem. Já, a Travessia das 7 quedas só é aberta na estação seca, quando é possível o acesso em algumas áreas.

A Trilha dos Saltos, Carrossel e Corredeiras foi a escolhida para o 3º dia. A trilha é de nível de dificuldade pesado, percorrendo terrenos bastante íngremes e pedregosos, totalizando 11 km, em torno de 6 a 7 horas de duração, dependendo do tempo que o visitante permanecer nos atrativos.

Nessa trilha, você terá acesso ao mirante do Salto do Rio Preto (120 metros), à Cachoeira do Garimpão (80 metros), ao Carrossel (formado por um complexo de cânions e cachoeiras) e às Corredeiras (pequenas quedas d´água e piscinas naturais).

A dica aqui é comprar o ingresso antecipadamente através do site do Parque Nacional, escolhendo a opção que melhor agrade. Dedique um dia inteiro para a aproveitar bem as belezas do Parque Nacional.

Uma das imponentes paisagens durante a trilha dos Saltos e Corredeiras, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Dia 4 – Fazenda São Bento (Cachoeiras Almécegas I e II e Cachoeira São Bento) + Pousada temática LunaZen, em Alto Paraíso de Goiás.

Localizada no Km 8 da GO-239, a aproximadamente 10 km de Alto Paraíso de Goiás, sentido Vila de São Jorge, a Fazenda São Bento possui um conjunto de três belas cachoeiras: Almécegas I, Almécegas II e São Bento. Na Fazenda, para ter acesso ao início das trilhas para cada uma das cachoeiras, você terá que se locomover de carro.

Para chegar à Almécegas I, você percorrerá em torno de 3 km de estrada de terra e, após, uma trilha de aproximadamente 1,5 km, de dificuldade moderada, com trechos bastante íngremes e pedregosos. O calor acaba trazendo um pouco mais de dificuldade à caminhada, mas que vale cada gota de suor. No percurso, alguns mirantes permitirão um tempo para descanso e vão revelando as belezas do lugar. Ao chegar na cachoeira, tome cuidado se for tomar banho, pois o poço dela é bem profundo e as águas bem geladas. No topo da cachoeira, é possível também visitar as piscinas naturais e se deliciar em um gostoso banho.

Já, a trilha que leva a cachoeira Almécegas II é de nível fácil, com aproximadamente 300 metros de percurso. Assim como na primeira, a parte inferior da cachoeira possui poços mais profundos e de águas mais frias. A parte superior possui diversos poços naturais rasos, perfeitos para relaxar e apreciar uma vista incrível das paisagens e morros do cerrado.

Para finalizar, a Cachoeira São Bento é de fácil acesso, sendo localizada bem no início da fazenda. Possui um grande poço, convidando para aquele banho! Pelo acesso facilitado, é bastante movimentada.

Na entrada da fazenda, também há diversas opções de bares, onde é possível experimentar uma cerveja artesanal local, ou tomar um delicioso café, para recuperar as energias depois das trilhas!

Neste mesmo dia, o check-in foi na pousada temática Lunazen, em Alto Paraíso de Goiás, com objetivo de vivenciar o famoso clima extraterrestre. A pousada é toda decorada com naves espaciais e seres extraterrestres. Inclusive, você dorme dentro de uma nave espacial. É possível até observar o pôr do sol em cima de uma das naves. Uma boa opção para famílias com crianças ou para quem não perde a oportunidade de voltar a ser criança. 

Cachoeira Almécegas I (foto 1), vista da paisagem a partir da cachoeira Almécegas II (foto 2) e Cachoeira da Lua (foto 3).


Dia 5 – Jardim de Maytrea. Cachoeira da Lua. Retorno para a Vila de São Jorge.

O 5º dia saiu totalmente do planejado (dia do perrengue). A ideia era conhecer as cachoeiras da Fazenda Volta da Serra pedalando, no entanto, as bicicletas alugadas no local não estavam em boas condições de uso. Depois de alguns quilômetros de pedalada, ter o pneu furado, conseguir uma carona para retornar para o Centro de Visitantes, a opção mais viável foi desistir do passeio. Após receber a devolução do pagamento da entrada, cansaço batendo depois de todo o transtorno, o jeito foi escolher uma cachoeira próxima para descansar. Foi um dia para relaxar, aproveitando a Cachoeira da Lua.

Na ida, uma paradinha para contemplar o Jardim de Maytrea. O Jardim fica localizado dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e é um local que é considerado místico e sagrado. Não é permitido o acesso ao jardim, para sua preservação, mas há um ponto em que é possível contemplá-lo de longe. Ainda assim, vale a parada para admirar as belezas desse lugar. O jardim está localizado às margens da GO-239, entre Alto Paraíso e a Vila de São Jorge. Há uma pequena placa indicando a sua localização.

Ao fundo da rodovia GO-239, o Jardim de Maytrea


Dia 6 – Cachoeira do Segredo. Ida para Brasília.

Pensa que é fácil descobrir o segredo dessa cachoeira? Nem um pouco! A começar pela estrada de acesso, que já é uma baita aventura, com muitos buracos e muita areia, fazendo os pneus derraparem no trajeto. É preciso muita atenção até chegar ao estacionamento.

Na época de seca, a trilha para a Cachoeira do Segredo é reduzida em aproximadamente 4 km, sendo possível acessar boa parte dela de carro (prepare-se para dirigir com emoção!). Na época chuvosa, a trilha possui em torno de quatro passagens pela água.

A trilha da Cachoeira do Segredo é toda autoguiada, o que facilita o passeio. No meio da trilha, você ainda encontra uma estrutura com banheiros. É importante levar um lanche na mochila, pois durante a trilha para a cachoeira não há bares ou restaurantes.

A maior parte da trilha é coberta por árvores, o que traz uma sensação de alívio ao calor da Chapada (no dia da trilha, a máxima chegou a 36 graus). Durante a trilha, poços de água transparentes dão aquela trégua ao calor, permitindo se refrescar em um delicioso mergulho. A trilha até a cascata percorre o rio Segredo, conhecido como o caribe do cerrado (veja a beleza das águas clarinhas dos poços d´água nas fotos).

No final da trilha, aproveite para contemplar as belezas da tão esperada cachoeira. O acesso para a cachoeira do Segredo é feito pela GO-239, após a entrada para a Vila de São Jorge.

Paisagens observadas na trilha da Cascata do Segredo. Na primeira foto, a cascata do Segredo.

Dia 7 – Brasília. Retorno.

Como fiz a viagem até Brasília um dia antes do voo de volta, ainda deu tempo de um pequeno tour pela capital do país, antes do embarque de retorno. O restante do dia, foi dedicado a isso.


A Chapada é um lugar maravilhoso! E há uma infinidade de cascatas e trilhas a serem percorridas também nos arredores de Alto Paraíso. Não é nada fácil fazer a escolha de quais colocar no roteiro, mas independente das escolhidas, tenho certeza que você não irá se arrepender. Espero que essas dicas possam auxiliar a montar o seu próprio roteiro!

Quer mais dicas de como organizar a sua viagem para a Chapada? Dá uma olhadinha nesse post.


  


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