Peru: Dicas essenciais para planejar a sua viagem para Lima e Cusco

O Peru era um sonho de infância que há muito tempo gostaria de realizar. Lembro que, quando criança, ganhei de presente da minha mãe um livro de contos e passatempos que falava sobre o país. Eu ficava imaginando como deveria ser conhecer aquelas pessoas vestindo os seus palas, pegar o trem e ir até Machu Picchu, observar as lhamas, tendo o cuidado para que elas não cuspissem em mim... Que bom realizar sonhos!

Eu já havia tentado programar, há alguns anos, essa viagem, mas por conta do período não muito propício, acabei alterando o meu roteiro. Esse ano, enfim, saiu a tão esperada viagem!

Não foi tão fácil, afinal, depois de comprar as passagens, o país passou por um período crítico de protestos e manifestações populares, por conta da situação política, o que ocasionou bloqueio de estradas, dificuldade de retorno de viajantes para o seu país de origem, incêndios em prédios públicos e até mortes. Os noticiários não geravam boas expectativas em um viajante com viagem já programada – mas, no fundo, a esperança de todo o cenário mudar, estava sempre dentro de mim.

O parque de Machu Picchu fechou em 21/01/2023, permanecendo assim por 25 dias. Em 15/02/2023 reabriu e, aos poucos, o cenário começou a melhorar. O país voltou a receber visitantes para turismo e o sonho de conhecer o país começou a se tornar realidade, sendo possível definir as hospedagens, escolher os passeios etc.

Mas, como organizar uma viagem para o Peru? Qual o melhor período para conhecer o país? Essas e outras dúvidas serão respondidas no post de hoje!  

 

Machu Picchu: uma das sete maravilhas do Mundo Moderno

Quando ir para o Peru?

Se o seu destino é Cusco e Machu Picchu, fique atento ao período do ano que vai fazer a sua viagem para poder aproveitar da melhor forma. Dê preferência para viajar entre os meses de abril a outubro, que é considerada estação seca e com menores chances de chuvas.

Procure evitar a estação chuvosa, entre os meses de novembro a março. Nesse período, você poderá encontrar o tempo bastante encoberto e até ter problemas com o seu passeio por conta de possíveis deslizamentos nas estradas.

Também evite os meses considerados de alta temporada como julho e agosto, quando você encontrará um movimento ainda maior de turistas.

Antes de chegar em Cusco, você fará uma conexão em Lima. Aproveite para ficar 2 ou 3 dias na cidade, se for possível, seja na ida ou na volta, e aproveitar, especialmente a gastronomia local, já que, por lá, estão os melhores restaurantes da América do Sul e do mundo.

A capital do Peru pode ser visitada em qualquer época do ano. E é uma opção de viagem que pode ser incluída até em um feriadão, já que temos voos diretos até lá! De Porto Alegre a Lima, levamos apenas 5 horas de viagem.

Onde se hospedar?

Em Lima, os bairros mais recomendados para se hospedar são Miraflores e Barranco, mais tranquilos e seguros, com acesso facilitado a diversas atrações e variadas opções de restaurantes por perto.

Eu fiquei hospedada em Miraflores, bem próximo ao shopping Larcomar. Na minha opinião, a localização foi excelente, já que muitas das atividades podiam ser feitas a pé. Eu estava próxima de diversas opções de bares e restaurantes, mercados, casas de câmbio e a apenas 15 minutos caminhando do Parque Kennedy, um parque central em Miraflores.

Em Cusco, a melhor opção é escolher um hotel no Centro Histórico, preferencialmente nos arredores da Praça de Armas. A Praça é ponto de encontro e de saída da maioria dos passeios, há variadas opções de restaurantes, casas de câmbio e agências de turismo. Tudo poderá ser feito a pé, além da região ser muito segura.

Ah, e dê preferência a um hotel que não se localize em cima de um morro, ou que você tenha que acessar subindo muitos degraus e escadarias, pois isso ajudará com os efeitos da altitude. Subir uma lomba, em uma altitude elevada vai ser muito cansativo. Falando nisso...

 

E o Mal de Soroche? Como evitar?

Cusco está situada a 3.399 metros acima do nível do mar. É comum as pessoas que chegam sentirem os efeitos do chamado Soroche ou Mal de Altitude. O mal estar é causado pelo ar rarefeito presente nas regiões mais elevadas. Alguns sintomas que podem ser observados, podem incluir: dificuldade de respirar, dores de cabeça, náuseas, tonturas, entre outros.

Por isso, nos primeiros dias em Cusco, é importante dar tempo para que você possa se aclimatar à altitude elevada. Não colocar muitos passeios nos primeiros dias, andar e fazer as coisas devagar, comer pouco e escolher pratos mais leves como sopas e peixes são algumas sugestões para evitar sentir os efeitos da altitude.

Os chás de folhas de coca auxiliam a reduzir os efeitos do Soroche. Os meios de hospedagem já disponibilizam a bebida para quem chega na cidade. Você também pode comprar as folhas de coca e chás em mercados e lojas de souvenirs. Bala de coca também é uma opção fácil de ser consumida durante os passeios.

 

A Montanha Colorida Vinicunca está situada a uma altitude de 5.200 metros acima do nível do mar, na Reserva Nacional de Ausangate, a aproximadamente 120km de Cusco 

Câmbio: levo dinheiro para trocar ou uso cartão?

No Peru, a moeda utilizada é o Novo Sol. Nas casas de câmbio, é possível trocar reais por soles. Eu optei por levar dólares para trocar por soles em casas de câmbio. Em Lima, na Av. José Larco, há várias opções de casas de câmbio e, em Cusco, na Av. El Sol. É sempre bom fazer uma pesquisa para obter uma boa cotação.

Hoje em dia, também há a opção de utilizar cartões de débito internacional, com taxas bem menores e mais vantajosas que um cartão de crédito habilitado para uso no exterior, permitindo que você não precise andar com um grande volume de dinheiro em espécie.

 

Chip de internet: como se manter conectado?

Quem não quer compartilhar as suas experiências tão logo vivencia ou fazer uma chamada com a família, amigos ou alguém especial, mostrando o lugar que está conhecendo? Além de poder pesquisar indicações de restaurantes e abrir mapas para descobrir algum trajeto ou lugar específico. Viajar conectado é uma necessidade hoje em dia.

Há opções de planos nas próprias operadoras para viagens, além dos eSIMs, uma espécie de chip virtual, que você adquire antes da viagem para o período programado e ativa durante a viagem. A vantagem é que você já chega conectado com essas opções.

A opção mais econômica é comprar um chip pré-pago no local. No Peru, utilizei o chip da Bitel. Paguei o valor de 40 soles, para 10 GB, pelo período de 10 dias. Funcionou super bem durante toda a viagem e em todos os destinos. Achei que valeu muito a pena! Além de que é bem fácil encontrar lojas para compra do mesmo. Comprei em Lima, em uma lojinha na Av. José Larco.

 

Vista para o Oceano Pacífico, a partir do Parque do Amor, em Lima

Como se locomover?

A minha preferência sempre é escolher uma boa localização para ter facilidade nos deslocamentos. Em Lima, para a maioria dos passeios, eu utilizei serviços de Uber. Como estava em grupo com mais pessoas, acabava se tornando barato, pois fazíamos a divisão do valor. Os preços eram similares aos pagos aqui no Brasil, considerando a distância e o horário.

Se você quiser maior autonomia, não depender de aplicativo e passear com a opção de parar quando tiver vontade, uma opção é alugar um carro. Embora o trânsito em Lima seja bem caótico, sendo preciso redobrar a atenção pelas ruas.

Em Cusco, escolher uma hospedagem em uma boa localização, como no Centro Histórico, permitirá que você faça muitas coisas a pé. Se a sua opção for contratar os passeios com agências, já terá os deslocamentos incluídos. Se for fazer por conta própria, poderá considerar a opção de aluguel de carro. Embora, na cidade, o trânsito seja bem intenso em horários de pico.

Se a sua opção for alugar um carro, você pode utilizar o aplicativo da RentCars, que compara os preços entre as locadoras disponíveis. Clique no link abaixo para escolher a melhor opção para você.

 

Quanto tempo ficar entre Lima e Cusco?

Dez dias foram suficientes para conhecer algumas das principais atrações de Lima e de Cusco. No meu roteiro, os quatro primeiros dias foram dedicados a conhecer Lima e os outros seis para Cusco. Mas você pode fazer um roteiro mais enxuto. Sugiro, no mínimo, oito dias de viagem entre os dois destinos (três para Lima e cinco para Cusco). Leve em consideração que, em Cusco, os passeios exigem deslocamentos maiores, pois a maioria deles estão localizados em seus arredores.

Eu tenho optado por fazer viagens mais calmas e sem inflar o cronograma com muitos passeios, o que tem feito mais sentido para mim, podendo vivenciar melhor cada lugar e aproveitar com tranquilidade o destino que estou conhecendo. Neste post, compartilho o meu roteiro de viagem.

Roteiro de Viagem: 10 dias entre Lima e Cusco

Dia 01 – Chegada. Dia de resolver questões como câmbio, compra de chip de celular, etc. Caminhada e pôr do sol na orla do Shopping Larcomar.

Dia 02 – Bike Tour pelos bairros de Miraflores e Barranco com Lima by Walking. Circuito das Águas.

Dia 03 – Ilhas Ballestas, Reserva Nacional de Paracas. Deserto de Huacachina, Ica.

Dia 04 – Tour pelo Centro Histórico com Lima by Walking. Despedida conhecendo a noite em Lima.

Dia 05 – Ida para Cusco. Aclimatação.

Dia 06 – Comunidade de Chinchero / Centro Arqueológico de Moray / Salinera de Maras / Piquenique com lhamas em Maras.

Dia 07 – Dia livre. Centro Histórico. Compras.

Dia 08 – Machu Picchu.

Dia 09 – Montanha Colorida. Despedida conhecendo a noite em Cusco.

Dias 10 – Vivência pelo Centro Histórico. Retorno ao Brasil.

 

Nos próximos posts, divulgarei mais detalhes sobre cada um dos passeios e experiências do roteiro. Agora, me diz, qual você quer ver primeiro por aqui?